Arqueologia no Mato Grosso: Novas Descobertas Reforçam a Riqueza Arqueológica do Estado

A arqueologia é uma ciência dedicada a revelar o passado humano por meio de objetos, estruturas e paisagens que resistem ao tempo. Recentemente, durante o trabalho de pesquisa para o projeto da CGH Estrela Dalva, em Castanheira, novas descobertas arqueológicas revelam traços de ocupações humanas pré-coloniais que ajudam a recontar a história do Brasil.

Entre os achados mais recentes está o sítio arqueológico “Ruwai”. Esse sítio é um indicativo de que o território mato-grossense foi habitado por sociedades complexas, as quais possuíam conhecimento técnico para produção de ferramentas líticas (objeto feito de pedra) e um profundo conhecimento do ambiente natural, para saber identificar qual a matéria prima utilizar.

A descoberta deste sítio arqueológico ajuda a fortalecer a compreensão de que a arqueologia é uma ferramenta essencial para preservar a memória coletiva e valorizar a diversidade cultural do Brasil. Divulgar esses achados é também uma forma de ampliar o acesso ao conhecimento científico e promover a riqueza histórica que existe em nosso território. Ao conhecer melhor o passado, somos capazes de construir um futuro melhor.

O sítio Ruwai consiste em três pontos onde foram identificados polidores líticos fixos, em um afloramento rochoso localizado no leito do rio. Esses vestígios estão diretamente integrados a rocha granítica, portanto são classificados como bens imóveis. Durante a fase de campo, não foram identificados outros vestígios arqueológicos móveis associados ao sítio, os quais poderiam ser resultado das atividades realizadas no entorno imediato dos polidores fixos. A ausência de dispersão superficial de vestígios é um indicativo que o sítio possui uma característica pontual, possivelmente em contexto de trânsito ou uso eventual, sem evidências de ocupação prolongada dos indivíduos que tenham produzido as marcas ali encontradas. A interpretação alcançada pelos arqueólogos, é de que o sítio Ruwai, como Prous (1992) descreve, um vestígio não fabricado, de polidor lítico fixo, cujo o uso provável seria técnico/funcional, resultante da produção ou manutenção de artefatos líticos, como machados, lâminas ou pilão. A localização do sítio no leito do rio é algo que é observado em outros registros de polidores, em áreas fluviais, onde existe afloramentos de rochas, próximos a margem de onde se retira a areia para abrasão, o que permitia a realização desse tipo de técnica de produção lítica.

O sítio Ruwai reforça a importância da arqueologia preventiva realizada pela C-Nível, e do cuidado com o patrimônio cultural. A identificação e o registro desses polidores líticos não apenas ampliam o conhecimento sobre as práticas técnicas das populações pré-coloniais, mas também destacam a necessidade de integrar a proteção do patrimônio arqueológico ao planejamento territorial e ambiental. Preservar sítios como o Ruwai é garantir que fragmentos da história brasileira continuem acessíveis às gerações futuras, contribuindo para uma compreensão mais ampla e respeitosa das diversas culturas que moldaram o território nacional.

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